Dependência
DEPENDÊNCIA
O ALCOOLISMO E A ADICÇÃO(VÍCIO EM DROGAS) SÃO DOENÇAS:
PRIMÁRIA - porque causa outras doenças:
CRÔNICA - porque não tem cura e precisa de cuidados (como o diabetes)
LENTA E PROGRESSIVA - porque se instala lentamente em quantidades progressivamente maiores e seu principal sintoma é a perda de controle de uso; com o tempo, vai se agravando cada vez mais.
FATAL - porque provoca um dano físico, mental e psicológico, causando conseqüencias irremediáveis que, se não forem detidas a tempo, poderão levar a morte.
1ª Fase - USO SOCIAL
Começa pelo simples hábito de beber e usar. Na maioria das vezes o contato com a bebida ou droga é positivo e gratificante pois a pessoa descobre uma mudança de humor que a torna mais corajosa, mais alegre, mais desinibida. Nessa fase é impossível saber se a pessoa desenvolverá uma dependência.
2ª Fase - MANIFESTAÇÃO DA DEPENDÊNCIA
O organismo vai se adaptando cada vez mais ao álcool e droga, aumentando a sua tolerância. Se com uma dose experimentava mudanças de humor, agora irá precisar de uma quantidade maior para sentir o mesmo efeito.
Nessa fase ficam evidentes os mecanismos de defesa psicológicos, principalmente a negação da doença.
Caracteriza-se por:
• ressacas ou rebordoses e mal estar cada vez mais freqüentes:
• não admite estar perdendo o controle;
• acredita que pára quando quiser;
• as relações pessoais começam a fica prejudicadas;
• busca de novos amigos e novos ambientes sociais.
3ª Fase - DEPENDÊNCIA COMPLETA
A doença está instalada. A pessoa passa a ser uma “escrava” do álcool ou da droga. Já não consegue fazer nada sem ele. Nessa fase o alcoólatra tem delírios de perseguições, ciúmes e torna-e agressivo, principalmente com a esposa e os filhos.
Surge a “tolerância inversa”
• menor quantidade de bebida e ou droga para ter o mesmo efeito;
• organismo precisa de bebida e ou droga para cessar a tremedeira;
• baixa auto estima, pouco se importando com a própria vida;
• desleixo com a aparência;
• embotamento físico e emocional, ou seja, fecha-se cada vez mais às coisas da vida, desde o relacionamento até a alimentação:
• não admite que seja alcoólatra e ou adicto.
ATITUDES DE FACILITAÇÃO DA FAMÍLIA DO ALCOÓLATRA
Não adianta as pessoas que convivem com o alcoólatra ou adicto tentar controlá-lo, não adianta tentar esconder o problema, pensando que é uma crise passageira:
• assumindo as responsabilidade do alcoólatra e ou adicto;
• evitando que o alcoólatra e ou adicto assuma as conseqüências de seu atos;
• aceitando as desculpas;
• esvaziando ou jogando fora as garrafas e ou drogas; cancelando eventos sociais;
• comprando bebida ou droga para ele beber em casa ou, o que é pior, beberem ou usarem juntos;
• insultando-o, isolando-o, etc...
Você não estará ajudando o alcoólatra e ou adicto a reconhecer que perdeu o controle da situação. As atitudes de facilitação, além de não ajudarem, prejudicam. Casa, comida, dinheiro emprestado, nada disso funciona. É preciso induzir o alcoólatra e ou adicto a se responsabilizar por sua própria vida.
Fora disso é CO-DEPENDÊNCIA.
APOIANDO O TRATAMENTO
A família pode ajudar o alcoólatra e ou adicto acompanhando-o nas reuniões do seu núcleo, não é preciso esperar que o alcoólatra e ou adicto chegue ao ”fundo do poço” para que a ajuda lhe seja dada.
Mas é preciso que a família saiba que ela não causa, não controla e não cura a dependência alcoólatra ou adicção. Só assim estará se desligando emocionalmente do problema, quer dizer, estará temendo menos e amando mais o doente.
A família também adoece, a dependência química é um drama familiar onde cada membro vai se envolvendo, progressivamente. É preciso que ela reconheça que até o fraco desempenho dos filhos na escola, tem como causa, o ambiente desequilibrado em que viver a sua família.
Nas reuniões da Associação, a família também estará sendo ajudada a conseguir um nível satisfatório de saúde. Daí, a importância da família acompanhar o seu doente.
O TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA ALCOÓLICA OU ADICTA
Dependência do álcool e ou adicção são doenças que não têm cura. MAS PODEM SER TRATADAS;
a condição principal é que o dependente da bebida e ou adicto queira parar de beber. ou usar, a estratégia básica é colocar o alcoólatra e ou adicto em “xeque”, isto é, frente a frente com a realidade, tal como ela se apresenta e não COMO ELE A PERCEBE.
De um modo geral o tratamento consiste em:
Conscientização-o objetivo é conscientizar o alcoólatra e ou adicto de que ele é portador de uma doença incurável de determinações fatais.
• o processo de conscientização é feito através da participação em palestras na Associação Antialcoólica do Estado de São Paulo.
” O alcoolismo e ou adicção são doenças e não um problema moral.
Entretanto, é mais comum o alcoólatra e ou adicto ser tratado como vagabundo irresponsável. E esse preconceito prejudica qualquer atitude de ajuda.
• O alcoólatra e ou adicto não é pessoa ruim que queremos tornar boa, nem um “sem-vergonha” a quem ajudamos a criar vergonha. E sim, um doente que necessita de ajuda.
• O alcoólatra e ou adicto tem uma predisposição à bebida e às drogas e um impulso crescente a beber e ou a usar mais.
O alcoólatra e ou adicto por si mesmo já se desvaloriza, não é preciso que ninguém lhe diga que ele não presta. Ele precisa é de alguém que o ajude a vencer o álcool ou a droga.
ALCOOLISMO E ADICÇÃO FEMININO
Vergonha e preconceito são entraves para tratamento do alcoolismo e ou adicção entre as mulheres, embora o alcoolismo e ou adicção ocorra com maior freqüência entre os homens adultos, nos da Associação Antialcoólica, estamos preocupados com o crescimento da doença entre as mulheres e os adolescentes. O consumo excessivo de bebida alcoólica e drogas está atingindo cada vez mais as mulheres na faixa dos 40 anos e jovens entre 12 e 18 anos que acabam ficando mais propensos ao uso de drogas mais pesadas. Desde que as mulheres reconquistaram seu espaço social e aumentaram sua participação na disputa pelo mercado de trabalho, houve uma modificação na gravidade e nos tipos de doenças que recaem sobre o sexo feminino. Também as mulheres estão cada vez mais usando drogas, tanto as permitidas quanto as proibidas.
ÁLCOOL, DROGAS INIMIGO MEU
As mulheres angustiadas parecem beber e usar drogas excessivamente, para suportar sua angústia e desconforto psicológico. Muitas mulheres encaram o álcool e outras drogas como forma de auto-medicação. Acreditam erradamente que ficar “alegre” as ajudará a suportar a depressão, a ansiedade ou outras emoções negativas. No alcoolismo e ou adicção feminino, a vergonha e o pudor funcionam como complicador, pois a mulher não dá
espaço para ninguém se achegar oferecendo ajuda. Diferente dos homens que passam horas encostados num balcão de bar, ou na biqueira, a mulher alcoólatra bebe muito e ”muito” escondida. Em casa, a bebida está atrás da máquina de lavar roupa, no guarda-roupa, debaixo da pia.
Na Associação Antialcoólica a mulher portadora da doença alcoolismo e adicção, não se sentirá constrangida pois ela encontrará apoio e muita solidariedade de outras mulheres que já superam esse problema.
PARA AJUDAR UM ALCOÓLATRA OU ADICTO
Nossa experiência nesse campo nos ensina:
• Não adianta tentar dialogar com o alcoólatra e ou adicto quando está bêbado ou drogado. Ele deve ser abordado quando estiver de ressaca doente ou deprimido.
• Não devemos lhe pedir que deixe de beber ou usar drogas, isso é exatamente o que ele não consegue fazer sozinho. Devemos oferecer ajuda e pedir que ele aceite ser ajudado, sozinho é quase impossível parar de beber e ou usar drogas.
• A repreensão ou “sermão devem ser evitados”.
• É difícil uma pessoa sozinha penetrar no esquema de autodefesa do alcoólatra e ou adicto. Peça ajuda de pessoa que ele respeita, que ele considera.
• Não sinta pena dela; o alcoólatra e ou adicto não gosta de ouvir “ai coitado, está sofrendo”.NÃO diga isso NUNCA.
• A Associação está pronta para ajudá-lo. Venha nos conhecer.